terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Despertar

Quando eu acordar, lembre-me de me tornar realidade.
Quando eu despertar lembre-me de não esquecer dos detalhes, 
lembre-me de segurar um pouco mais sua mão e não soltá-lo ao primeiro sobressalto, 
mas te apertar ainda mais e te trazer mais para perto de mim, 
me aconchegar em seus braços e curtir o silêncio ao seu lado.
Quando eu abrir meus olhos me permita que sejam seus olhos a primeira coisa que eu veja toda manhã. E me beije. 
Você não tem ideia do quando eu desejo retribuir seus beijos e tocar sua pele quente e macia.
Estou sonhando com isso, meu bem. Sonho com você todas as noites.
Por favor, não me negue isso ou todo o resto. 
Não me negue os momentos que passaremos juntos, porque eu sei, eu te amo!
Só me deixe te tocar e amar você, do mesmo jeito que você tem feito por mim, assim que eu puder faze-lo novamente... 
Eu tenho sonhado, eu sei. Estávamos perto de construir a perfeição.
Só continue falando comigo, eu te ouço, e em algum momento eu voltarei para você.
Eu voltarei ao que éramos. Estou por um fio, eu vou despertar, meu amor, por você.
Por nós.

Deixa teu coração aqui,
E eu prometo não brincar com você.
Acha mesmo que eu sou tão má
O quanto me esforço em parecer?
Com as mãos nas costas, trapaceando.
Te faço jestos contrários, ambíguos.
Te prometo e são só palavras.
As mesmas que usou comigo,
Só estou te devolvendo, e Passando pra você a vez de jogar,
Aproveite sua chance. Nem sempre é a última,
Mas me motivou a querer ganhar, te vencer, num único lance.
Se entregar é o melhor, mas escolhe,
Pode fazer isso agora, sem dor.
Pode fazer isso agora, sem dor,
Ou me dar o prazer, de te fazer chorar.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Dois

Ele se afogou na gota do próprio sentimento que depositou no coração dela. E ela, que achou exagero amar demais, saiu do que havia entre os dois de mãos vazias, mas com a leveza de uma pluma. No final, seu amor foi suficiente. Ela se doou e sentiu tudo aquilo que ele se negou. Ela fluiu e ele ficou, preso no raso, dilacerado pelo arrependimento. E num último gesto de delicadeza e simpatia ela beijou seu rosto e desejou que ele pudesse conhecer a profundidade de um amor verdadeiro como ela havia conhecido, e o agradeceu por isso. Ele não entendeu porque o coração dela estava em paz, e ela não tentou explicar, mas torceu para que um dia ele pudesse entender o que havia acontecido. Os dois se despediram. Ela sorriu e acenou um adeus com toda a sua verdade. Ele foi, mas ficou. E olhou para trás algumas vezes e foi percebendo o que havia deixado pelo caminho, engoliu a seco todo o seu arrependimento, e lamentou, mas não havia mais salvação para ele.

sábado, 1 de agosto de 2015

</3

Eu te escrevo infinitas passagens e,
Em todas elas é como se fosse a primeira vez.
Sigo buscando palavras e no desconcerto de me expressar, encontro algo que quero dizer:
- você me atropela e eu fico a ver vazios..
Me deixa, preciso de alguns instantes e uma dose de tequila.
Talvez eu precise de uma embriaguez e a falsa sensação de satisfação.
Preciso me sentir segura, ser mais não menos e,
Preciso de alguém pra segurar minha mão. E encurtar as distâncias...
A grande verdade é que não há mais espaço para tanto vazio.
Então, listo o que você deixou: Dissabores, dores, saudades, momentos, tudo no plural...
E eu, que fiquei no singular.
Eu fiquei e você foi, amor.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Raso profundo

Então ela pensou estar rasa, sem emoções com as quais entorpecer, ela se desfez. Na bagunça que gerou em sua cabeça ela se perdeu e se achou mais vezes do que podia contar ou entender. Ela, que antes era rio e risos, sentiu a erosão da sua vida desabrochar destruindo tudo pelo caminho. Já não haviam lágrimas e o profundo abismo da sua existência se perdeu na superfície rasa dos dias que se seguiam. O que sobrou foram cortes, retalhos dos momentos que se perderam no tempo. Como fragmentos de uma memória entorpecida.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Out

É que eu ainda prefiro não te afrontar 
depois de você ter sido um idiota pela milésima vez.
Na verdade, rola uma preguiça de bate boca e indiretas,
prefiro um cara a cara, uma conversa franca,
acontece que te dei a oportunidade, mesmo não merecendo,
e você fugiu, mais uma vez, queria dizer que foi uma surpresa.
Mas, não posso! Então, ótimo!
Eu não preciso de mais provas de que não é você,
embora essa certeza gritasse dentro de mim
enquanto eu fingia não ouvir, qual a surpresa?
Eu tava na sua! A gente fica meio burra mesmo.
Acontece que eu mereço um homem
e você é o mesmo menino que eu conheci lá atrás,
parado nos 16, com aquele cabelinho no ombro
e aquela dancinha esquisita de quando curtia Forfun.
Nem sei se essa banda ainda existe...
Incrível como as coisas acontecem.
A pessoa por quem me apaixonei um dia
não me desperta o mínimo interesse.
Hoje nós somos o descompasso.
Eu cresci
e definitivamente não tem espaço para as suas travessuras na minha vida.
Sinto muito, mas acho que nem amigos nós podemos mais ser.
Não é rancor ou mágoa, eu tô de boa com tudo isso
é que a gente não funciona mais,
embora você ainda pense que um beijo pode resolver tudo
e isso só prova o quanto está equivocado,
eu te peço desculpas, de verdade,
vou fazer um esforço e falar na sua linguagem
assim não resta dúvidas,
sabe o que é, foi mal mas, não vai mais rolar com você.

Sobre desamar...

Sobre desamar? Eu não sei.
Nem sei se essa palavra existe...
Eu conheço bem o que é amar
conheço bem todos os sabores e dessabores
mas, desamar eu não sei.
E, agora que você está falando queria saber mais sobre isso.
Não deve ser o momento mais entusiasmante ou feliz da vida de alguém,
afinal, é um ato de perda, o último momento em que se vive um amor, eu suponho,
 seu amor por alguém, o amor de alguém em você. O amor.
Soa triste... Mas, é estranhamente libertador, eu presumo.
Eu sempre fiz o caminho inverso.
Sempre foi sobre amar, sempre foram passos para o amor.
Sempre foi sobre o cara, o nós, e todas as consequências disso...
Sempre tão clichê quanto os romances que lemos e
que nos falam sobre a distância, os encontros e desencontros,
sobre o tempo e a sobrevivência, sobre superar mas,
nunca sobre o fim.
E então eu me vejo nesse desfecho e,
para minha surpresa não existem lágrimas.
Quem sabe um dia eu me ouça dizer:
Sobre desamar? Eu sei!
Desamei uma vez, e foi bom, afinal.
Talvez uma solidão necessária, do tipo que não machuca
ou faz querer voltar.
Uma versão própria de estar sozinha sem o drama ou as lágrimas.
Algo sobre recomeçar.