sexta-feira, 31 de julho de 2015

Raso profundo

Então ela pensou estar rasa, sem emoções com as quais entorpecer, ela se desfez. Na bagunça que gerou em sua cabeça ela se perdeu e se achou mais vezes do que podia contar ou entender. Ela, que antes era rio e risos, sentiu a erosão da sua vida desabrochar destruindo tudo pelo caminho. Já não haviam lágrimas e o profundo abismo da sua existência se perdeu na superfície rasa dos dias que se seguiam. O que sobrou foram cortes, retalhos dos momentos que se perderam no tempo. Como fragmentos de uma memória entorpecida.

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