segunda-feira, 5 de maio de 2014

Rest In Peace

Como começar um fim?
Penso em algumas palavras, mas nenhuma delas parece transmitir aquilo que tenho pretendido dizer neste momento.
Estou indo com calma, dosando cada palavra, cada frase, porque pretendo que sejam as últimas.
Me faço uma promessa de não voltar a esse assunto, não quero mais basear minha vida a essa sucessão de fracassos que têm sido esse "relacionamento". Me forço a não falar mais sobre você ou "nós" ou aquilo que sinto para mim mesma ou para as minhas amigas, que devem estar sem paciência de tanto melodrama retórico. Com razão!
No entanto, faço jus ao momento de despedida e com pesar, saboreio, amargamente, todas as dores e angústias de um término, do nosso fim. Pretendo sentir tudo, não me privar de nada, quero mesmo me obrigar a sentir tudo até que essa obsessão tenha fim. Por favor!
O certo é que depois disso eu posso até viver em negação, se preciso. Me isolar, me cercar de paredes, vestir uma armadura e negar qualquer sentimento, mas não vou me permitir viver esse caos de novo. 
Engraçado, era para ser bonito, leve e me fazer bem. Era para eu me sentir boba e estar feliz. Era para eu me encontrar como um par, era para ser a dois, era para ser nós dois, era para ser você, se quisesse... E o que se tornou, eu não sei. Era para ser muita coisa, só não era para ser o que findou. Isso não é o que eu quero e finalmente eu entendo, preciso abrir mão e nem sempre a escolha certa é a mais fácil, há vezes em que você tem que decidir pelo mais difícil e nesses momentos escolher a si mesma torna as coisas mais justas.
Espero que esse aperto no peito um dia seja substituído por um sentimento mais leve. Espero encontrar meu caminho a partir de agora. 
A vida me apresentou uma situação difícil e eu fiquei mal. Não guardo rancor, ódio ou amargura, estou triste e assumo o sentimento mas, cansei de mendigar. Meus olhos são do tipo que sorriem, não do tipo que choram. 
E se for "eterno enquanto dure", que seja! Mas, que um novo e lindo momento me preencha e me arrebate em seu lugar. Não tenho o que lamentar, assumo minha postura e todos os meus atos, até aqueles que no íntimo me arrependo. Assumo que fiz silêncio quando era para fazer barulho e fiz barulho quando era para silenciar, mas não hesitei. Estou pondo um fim porque não há mais espaço para o erro. Não há mais laço, já virou nó.

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